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Rio de Mouro: Assembleia de Freguesia homenageia escritora Filomena Marona Beja

A Assembleia de Freguesia de Rio de Mouro aprovou por unanimidade um voto de pesar pelo falecimento da escritora Filomena Marona Beja, tendo recomendado ao Executivo da Junta a inclusão da sua biografia na galeria de personalidades ilustres apresentada no website da Freguesia e a divulgação da sua obra. A escritora vivia em Rio de Mouro desde 1967, onde escreveu parte considerável da sua obra, tendo falecido no final de 2023.

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ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE RIO DE MOURO

VOTO DE PESAR PELO FALECIMENTO DE FILOMENA MARONA BEJA

 

Faleceu no passado dia 29 de dezembro de 2023, aos 79 anos, a escritora Filomena Marona Beja.

 

Nascida em Lisboa a 9 de junho de 1944, Filomena Marona Beja estudou no Liceu Francês Charles Lepierre e na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Profissional na área da documentação técnico-científica, atividade que desenvolveu até 2008, foi documentalista nos Ministérios da Educação e das Obras Públicas, residindo em Rio de Mouro desde 1967 e aqui escrevendo uma parte considerável da sua obra.
Depois de, na década de 1980, ter sido coautora de obra técnico-científica sobre construções escolares, estreou-se como escritora de ficção em 1998, com o romance As Cidadãs. Neste primeiro livro, aclamado pela crítica e pelos leitores, Filomena Marona Beja retrata não só a vida de Júlia, uma mulher excecional, mas também a condição das mulheres portuguesas no início do século XX, na viragem da Monarquia para a República. Com As Cidadãs (reeditado em 2009 a propósito do centenário da República), Filomena Marona Beja iniciou um percurso literário que resultou na publicação de cerca de duas dezenas de obras, em Portugal e no estrangeiro, de géneros tão diferentes como o romance, o conto, a novela ou a crónica.

Entre outras obras, publicou os romances Duração dos Crepúsculos (2006), Bute Daí, Zé! (saído em 2010 em homenagem ao dirigente do PSR Zé da Messa, assassinado em 1989 por um grupo de skinheads), O Elétrico 16 (2013) ou Avenida do Príncipe Perfeito (2017), os livros de contos Histórias Vindas a Conto (2011) ou Histórias de Liberdade e Outras (2021), e a coletânea de novelas Franceses Marinheiros e Republicanos (dado à estampa em 2014, com ilustrações da artista plástica sintrense Maria José Ferreira) ou o livro de crónicas literárias Lisboa: Indo e Vindo (2022). Foi distinguida com o Grande Prémio de Literatura DST, em 2006, pelo livro A sopa (2004) e, em 2007, com o Grande Prémio de Romance e Novela da APE/DGLB pela publicação de A Cova do Lagarto (2007), romance biográfico que resultou de uma recolha de dados sobre o Ministro Duarte Pacheco ao longo de vinte anos e retrata exemplarmente a vida na cidade ao tempo da ditadura do Estado Novo.
Filomena Marona Beja desenvolveu também um importante trabalho na área da intervenção social, educativa e cultural, nomeadamente na colaboração com a Casa da Achada - Centro Mário Dionísio e com a Associação Cultural “Abril em Maio”.

Conforme registou a nota conjunta da família e da sua atual editora, Edições Parsifal, o legado literário e humanos de Filomena Marona Beja traduz “um grito vivo de defesa dos ideais de liberdade e de solidariedade, pelos quais sempre lutou e que abnegadamente defendeu".

Assim, a Assembleia de Freguesia de Rio de Mouro reunida a 16 de abril de 2024, delibera:
- Manifestar o seu pesar pelo falecimento da escritora Filomena Marona Beja e transmitir as suas condolências aos familiares e amigos.
- Recomendar ao Executivo da Junta de Freguesia que acrescente a biografia da escritora à galeria de personalidades ilustres da freguesia apresentada no seu website e que promova as ações que considere oportunas para divulgação da sua obra.

Rio de Mouro, 16 de abril de 2024

A eleita do Bloco de Esquerda
Sara Barbosa