A ameaça de abate de árvores junto à Lagoa Azul levantou, na primavera e início do verão, uma onda de mobilização associativa e popular.
Na altura, o ICNF informou a Assembleia Municipal de Sintra que o processo não estava suspenso e apenas aguardava situação climática favorável. Perante a pressão, o ICNF comprometeu-se a rever os critérios de abate e a intervenção.
Na Assembleia Municipal de 6 de Novembro, o Bloco questionou o Presidente da Câmara de Sintra sobre o desenvolvimento da situação, se houve alguma limpeza durante o verão e se se prevê início dos trabalhos. Basílio Horta afirmou que a Câmara não tem informação de que se vá realizar qualquer abate e que “não consentiria que acontecesse qualquer abate para além do das 60 árvores” que a Câmara identificou como passíveis de abate por estarem mortas ou constituírem perigo.
Há aqui um claro desencontro de posições que nos preocupa. Tememos que com o cair da folha e um clima favorável ao corte indiscriminado de árvores, e a força que os contratos rentáveis têm, consiga concretizar o que em julho foi possível impedir.
Sabemos que se devem limpar bermas e estamos também de acordo que árvores efetivamente doentes sejam removidas. Queremos reafirmar que cuidar da floresta, por maioria de razão, em zona património da humanidade, tem de ser feito em articulação dos serviços especializadas com o município e as associações. Com rigor, segurança e valorizando as espécies autóctones e a bio-diversidade.
Helena Carmo, Deputada Municipal do Bloco de Esquerda
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