Sintra: Turistificar ou Viver?

Na tarde de 11 de Março, o Bloco de Esquerda organizou um debate aberto sobre “Turismo e Património”, na Biblioteca Municipal de Sintra, que contou com representantes das associações cívicas e culturais Canaferrim, Alagamares e da Associação de Defesa do Património de Sintra.

 O objectivo do debate foi o de ouvir o que os vários representantes da comunidade sintrense têm a dizer sobre a articulação do turismo com a vida no concelho e sobre a valorização do património cultural. Na audiência estiveram mais de trinta pessoas que intervieram com o contributo das suas experiências.

João Diniz, represente da Canaferrim, alertou para o problema da falta de intervenção coesa dos serviços municipais na resolução dos problemas do município como a falta de mobilidade e os problemas ambientais. Enfatizou também a necessidade de se sair do paradigma de se ter preocupações com a vila de Sintra apenas em períodos próximos de eleições autárquicas.

Em representação da Associação Cultural Alagamares, Daniel André chamou a atenção para a poluição provocada pela circulação de viaturas em excesso e pela falta de organização dos espaços de estacionamento.

Adriana Jones, da Associação de Defesa do Património de Sintra, afirmou que o município não valorizou o facto de Sintra ter sido classificada como Património Mundial da UNESCO e que não foram criadas ligações afectivas ou sentimentos de pertença à cidade. Recordou que há outro património turístico importante para além dos palácios e do castelo que não são valorizados e que podem ser perdidos devido à sua degradação.

Para finalizar o debate, Carlos Carujo, dirigente do Bloco de Esquerda, reafirmou que precisamos de pensar em conjunto que medidas tomar para assegurar o direito ao turismo e para construir o sentimento de pertença que é uma arma fundamental na defesa do património. “É preciso resistir aos lóbis económicos externos que têm ditado as regras sobre o turismo em Sintra até agora”, enfatiza. “É precisa uma Câmara Municipal ao serviço dos cidadãos e não desses interesses.”