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Catarina Martins: mais de 10% da população sem médico de família está em Sintra

Bloco esteve reunido com direção do ACeS Sintra
Bloco esteve reunido com direção do ACeS Sintra

A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve esta terça feira reunida com a direção do ACeS de Sintra para se inteirar da situação dos cuidados primários naquele que é o segundo maior concelho do país e para discutir as respostas necessárias para reforçar o Serviço Nacional de Saúde.

A acompanhar a visita estiveram Tânia Russo e André Beja, deputados Municipais em Sintra, José Barroso Dias, autarca na União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão, e o deputado Moisés Ferreira, parlamentar bloquista responsável pela pasta da saúde.

Das cerca de 400 mil pessoas inscritas neste ACeS, 110 mil não tem médico de família atribuído, situação que, à saída do encontro, Catarina Martins resumiu numa frase “em Sintra vive mais de 10% da população portuguesa que não tem acesso a um médico de família ou a uma equipa de referência, ficando estes utentes sujeitos às consultas de recurso que os médicos existentes conseguem garantir para lá do seu trabalho normal”.

A coordenadora do Bloco lembrou a centralidade dos cuidados primários enquanto “base do SNS, a porta de entrada para os cuidados de saúde e o pilar para a prevenção da doença”, o que motiva a necessidade de criar “condições para o seu reforço e consolidação”, pois a carência de médicos, a que se junta a falta de enfermeiros e de outros profissionais, traduz-se em tempos de espera elevados, em madrugadas à porta das unidades de saúde do concelho para acesso às vagas disponíveis, atrasos de diagnóstico e tratamento e em idas desnecessárias ao hospital.

O facto de, no último concurso para contratação de médicos de medicina geral e familiar deste ACeS só terem ficado preenchidas cinco das 29 vagas é apontado como sintoma preocupante a que o governo não responde quando se limita a “aumentar o número de horas extraordinárias que os profissionais de saúde já fazem”, recordando que os profissionais de saúde estão exaustos, pelo que "não podemos pedir mais horas extraordinárias a estes profissionais. Eles precisam é de mais gente ao seu lado e de serem valorizados". 

O Bloco defende a necessidade de melhorar as carreiras e os salários, criando condições e regras mais atrativas para garantir contratação e retenção dos profissionais de saúde no SNS, bem como o reforço das equipas de saúde com enfermeiros psicólogos, nutricionistas, dietistas, dentistas ou técnicos auxiliares de saúde.