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Acesso ao parqueamento automóvel na estação de Monte Abraão

Vista aérea da estação de Monte Abraão

Texto de opinião de Rui Melo, eleito na União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão.

Publicado no jornal "Acontece em Massamá e Monte Abraão", Junho de 2015

 

 

A questão do parqueamento automóvel nos grandes aglomerados populacionais, tem constituído um grave problema que nenhuma força política, em exercício de funções, tem conseguido resolver.

A construção civil cresceu desordenadamente, ao longo de mais de quatro décadas, em particular a partir dos anos 60, com o “êxodo” das populações rurais que procuraram as grandes cidades na busca de melhor vida.

Essa deslocalização originou crescimento desordenado e muito foi o oportunismo desenfreado por parte de alguns construtores civis, que criaram lucros fáceis, enriquecimento em alguns casos, a que não foi alheia a conivência de autarcas pouco rigorosos, que também retiraram proveito dessa situação.

E claro está que, se alguns ganharam, outros ficaram a perder: e quem perdeu foram os que se viram na contingência/necessidade de alugar ou comprar as suas habitações nos locais onde se fizeram estas novas construções, sem infra-estruturas de apoio, quer no que diz respeito a jardins, parques de lazer ou parqueamento automóvel.

Mesmo admitindo que as insuficientes infra-estruturas associadas à fase inicial fossem resultado da falta de experiência dos intervenientes, a persistência do erro, ao longo de décadas, é reveladora – pelo menos - de má-fé, incapacidade e oportunismo de quem apenas pensa no lucro e não tem em conta as pessoas.

Tudo isto parece irracional, como irracional parece o caso prático que passamos a registar, e que faz parte do nosso dia-a-dia, em particular dos utilizadores da estação de comboios de Monte Abraão, que têm necessidade de espaço para parquear as suas viaturas, nas quais se deslocam das suas casas até próximo da estação, e que – chegados ali – têm duas opções de parqueamento: ou estacionam maioritariamente na zona da Avenida António Correia de Sá, onde – por enquanto - não é pago, ou então no parque da própria CP, frente à Escola Secundária Miguel Torga, que é pago, e, por ser pago, está quase sempre vazio.

É caso para perguntar se não seria mais correcto e acertado se, à compra do passe social ou do bilhete de comboio, estivesse associado o direito a deixar a viatura no parque vazio, em vez de os utilizadores da referida estação serem obrigados a deixar as viaturas na zona da Correia de Sá, que deveria/poderia ser utilizada para parqueamento de apoio ao comércio local, o qual também fica prejudicado com esta situação?

Além disso, se fosse considerado o apoio ao parqueamento do espaço da CP, temos a certeza de que mais pessoas utilizariam o comboio, deixando ali as suas viaturas, o que resultaria – entre outras vantagens  - num menor tráfego no IC19 e, consequentemente, numa menor poluição.

 

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