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Magoito: Bloco questiona Câmara de Sintra sobre alterações ao trânsito

alterações ao trânsito em Magoito canalizaram transito para ruas estreitas
alterações ao trânsito em Magoito canalizaram transito para ruas estreitas

No início de maio, a Câmara de Sintra implementou alterações ao trânsito em Magoito que desagradaram a vários morados, que, nas últimas semanas, têm vindo a demonstrar a sua insatisfação.

As mudanças introduzidas resultaram na intensificação da circulação em determinadas zonas da aldeia, nomeadamente ruas estreitas e sem passeios. Estas e outras situações são criticadas por colocarem em causa a segurança e bem-estar da comunidade, bem como a tranquilidade até aí existente, onde as pessoas querem continuar a circular a pé e disfrutar do seu lugar.

Através de requerimento entregue na Assembleia Municipal, o Bloco de Esquerda confrontou o executivo municipal com algumas das situações que pode verificar após visitar o local e reunir com moradores, defendendo a necessidade de revisão das medidas em diálogo com a população.

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REQUERIMENTO

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Sintra,

No início de maio de 2021 os moradores de Magoito foram informados de que a Câmara de Sintra decidiu proceder a alterações à circulação automóvel dentro do aglomerado urbano.

Segundo a informação distribuída pela autarquia, esta intervenção, que entrou em vigor no dia 10 de maio, foi planeada com objetivo de disponibilizar estacionamento e aumentar a segurança de circulação rodoviária e pedonal na aldeia.

O Bloco de Esquerda foi contactado por vários moradores que se mostram insatisfeitos com as mudanças, referindo efeitos contrários aos anunciados em determinadas zonas da aldeia e apontando um conjunto de situações que consideram pôr em causa a sua segurança e bem estar, bem como a pacatez até aí existente no lugar, nomeadamente:

- Aumento e concentração da circulação automóvel em determinadas ruas que antes tinham pouco movimento, devido à canalização de trânsito local e dos circuitos de autocarros e de outras viaturas pesadas que antes circulavam na estrada municipal ou se distribuíam por diferentes vias;

- Inexistência de passeios que permitam aos peões circular em segurança;

- Inexistência de medidas para controlo de velocidade (lombas, semáforos);

- Manutenção de dois sentidos na travessa dos Gamelos, que passou a ser uma zona muito concorrida, com a marcação de um traço contínuo numa zona de estreitamento onde não cabem duas viaturas lado a lado e os veículos mais volumosos quase tocam nos edifícios e muros ao passar;

- Marcação de traços nas laterais que limitam estacionamento para possibilitar mais condições para circulação que, como já foi referido, aumentou, deixando os moradores sem alternativas;

- Instalação do terminal do autocarro na rua do Cuco sem garantir condições de conforto para os motoristas (WC, área de repouso e proximidade de alimentação), o que levou ao aumento do ruído e de poluição (autocarros em espera não são desligados por motivos técnicos) e a conflitos com os vizinhos, numa zona que, apesar de menos densa, tem bastantes habitantes;

Verifica-se ainda que as alterações aumentaram o risco já existente na zona de cruzamento da Rua da Aldeia dos Macacos com a Rua do Cuco e Travessa dos Gamelos, onde também continuam a faltar medidas para limitar velocidade de circulação;

Os moradores referem que deixou de ser seguro sair do portão de casa, circular a pé no dia a dia e que as crianças já não podem brincar em ruas e largos que antes eram usados para esse fim, estando em risco o desaparecimento de um certo modo de viver a aldeia. Queixam-se ainda de não ter sido ouvidos na preparação das alterações ao trânsito e exigem, justamente, a revisão e adaptação das alterações.

Considerando o acima exposto, venho por este meio requerer ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal que, ao abrigo das normas regimentais, diligencie para que o Executivo Municipal responda às seguintes questões:

1. Está a Câmara Municipal de Sintra na disponibilidade de rever as medidas adotadas no início de maio, de modo a garantir a sua adaptação às necessidades dos moradores e o regresso da tranquilidade e segurança às zonas afetadas?

2. Para quando a revisão?

3. Essas adaptações (e outras mudanças a implementar no futuro, neste ou noutro local) irão ser tomadas com base na auscultação dos moradores?

Sintra, 8 de Junho de 2021

O eleito do Bloco de Esquerda

André Beja