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Sintra: Trabalhadoras que asseguram serviços de limpeza para autarquia com salários em atraso

Bloco esteve reunido com trabalhadoras que fazem limpeza para camara de Sintra que têm ordenados em atraso
Bloco esteve reunido com trabalhadoras que fazem limpeza para camara de Sintra que têm ordenados em atraso

O Bloco de Esquerda foi contactado por trabalhadoras que prestam serviços de limpeza para a autarquia de Sintra e que se queixam de, a 7 de agosto, ainda não terem recebido os salários relativos ao mês de julho.

Estas trabalhadoras, vinculadas à empresa Ambiente e Jardim, cuidam da higiene no interior dos edifícios municipais e de diversos locais de atendimento ao público, como o centro de acolhimento de visitantes do Cabo da Roca, bibliotecas municipais, museus ou Centros de Vacinação Covid.

O Bloco de Esquerda considera que, enquanto entidade contrate desta empresa, a Câmara de Sintra não pode ficar alheia à situação. Exige-se uma tomada de posição firme e pública em defesa dos direitos destas trabalhadoras junta da Ambiente e Jardim, bem como apoio de emergência a situações de carência que já se fazem sentir.

O Bloco de Esquerda já questionou a autarquia, via assembleia municipal, sobre as medidas que irá tomar junto da Ambiente e Jardim para garantir a regularização da situação. O Grupo Parlamentar bloquista irá questionar de novo o governo sobre as condições de trabalho nesta empresa e no setor.

A situação afeta cerca de duas centenas de pessoas, muitas delas a exercer estas tarefas há várias décadas num regime de precariedade encapotado que as faz transitar entre empresas de cada vez que os serviços são adjudicados a outra entidade. O Bloco condena a opção por este tipo de solução para garantir trabalho permanente e fundamental para a autarquia.

Tal como noutros pontos do país, a turbulência associada à Ambiente e Jardim não é nova: os pagamentos de maio de 2021 só foram feitos a partir de 15 de junho e há relatos de atrasos na emissão de recibos e nas escalas de trabalho e não pagamento de horas extraordinárias, bem como receio de não pagamento da segurança social por parte da entidade patronal.

A questão é tanto mais grave porque cada dia de atraso significa um avolumar de dificuldades para quem vive com salários muitos magros (muitos deles na casa dos 400 euros limpos), tendo-nos sido relatadas situações de fome e de incapacidade para cumprir responsabilidades financeiras (contas, empréstimos) por parte de algumas destas famílias.

Sintra, 8 de Agosto de 2021