Share |

Bloco exige mais e melhor serviço na Linha de Sintra

O agravamento da degradação dos serviços na linha de Sintra e do Oeste e a ameaça de corte de ligações a partir de Agosto motivaram uma declaração política do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal, tendo sido recordado que as falhas e escassez do material e a escassez de recursos humanos resultam de anos de desinvestimento no transporte ferroviário.


Declaração política de André Beja
Ao longo dos últimos meses tem-se vindo a acentuar a degradação dos serviços prestados pela CP na linha de Sintra.
Apesar dos alertas desta assembleia e das Assembleias de algumas freguesias e das diligências conduzidas pelo executivo autárquico e por vários partidos parlamentares para exigir mais e melhor serviço público, os atrasos e supressão de comboios continuam a afetar diariamente milhares de munícipes e de visitantes, que são obrigados a viajar em condições de conforto e higiene precária.
Hoje soubemos que a CP prepara, para agosto, uma redução de ligações, que justifica com dificuldades provocadas pela degradação e escassez do material e escassez de recursos humanos.
As carências por trás desta política de redução de oferta, que mais se assemelha a uma política de terra queimada, não resultam de situações pontuais mas sim, como vimos dizendo com insistência, de décadas de desinvestimento nas infraestruturas e material circulante, bem como do desinvestimento na força de trabalho, com precarização crescente e redução dos meios humanos disponíveis.
Se nunca faltou dinheiro para pagar os serviços prestados pela Fertagus, para garantir as rendas às companhias energéticas, para assumir compromissos com as PPP rodoviárias ou para injetar na banca, o mesmo não se pode dizer dos meios para manter e desenvolver uma política de mobilidade centrada na ferrovia e garantida pela CP e pela REFER.
Sob a linha de Sintra recai a ameaça de corte de comboios durante madrugada, ligações tão necessárias para transportar homens e mulheres de todas as idades que pegam cedo ao trabalho ou que dele regressam tarde.
Estas também são ligações fundamentais para que quem procura divertimento e cultura em Sintra ou na capital durante a noite tenha uma opção para regressar em segurança ou para que os e as turistas que, cada vez mais, andam nos nossos comboios fora de horas, possam estender o seu horário de visita antes de dirigirem ao local de pernoita.
Mesmo que o corte seja temporário (o que ainda não é claro), os efeitos serão duros. A linha de Sintra precisa de mais comboios e não de menos ligações, pois é um dos principais eixos de transporte do concelho, fundamental para garantir o direito à mobilidade, a justiça social e o bem-estar das populações, determinante para a economia local e incontornável para a sustentabilidade ambiental.
Também a linha do Oeste se encontra sob ameaça, com a possibilidade do corte de duas das 8 ligações diárias em cada sentido.
Sabemos que esta assembleia não será indiferente às pretensões da CP. Desafiamos todas forças aqui presentes a levantarem a voz contra mais esta injustiça que querem impor a população e ao concelho de Sintra.
11 de Julho de 2018