1. No final do corrente mês de Setembro, cumpre-se o primeiro ano do mandato autárquico, com o novo executivo PS/CDU a evidenciar grandes dificuldades em mostrar as linhas do projecto que invocou dispor para enfrentar os problemas da freguesia.
Sabendo-se que as competências, recursos financeiros e humanos da Junta de Freguesia são muito limitados, o BE entende que esta deve dinamizar as capacidades sócio-económicas e culturais instaladas na freguesia, para melhor defender as aspirações das cidadãs e dos cidadãos junto de quem tem o poder e os meios para lhes responder. Como? Desenvolvendo uma política de proximidade, preocupada em estimular parcerias nos domínios social, económico, cultural e desportivo que permitam enfrentar da melhor forma a complexidade dos problemas duma comunidade de mais de sessenta mil pessoas.
Se não o fizer, a Junta remeter-se-á ao papel de um mero órgão burocrático, desligado das dinâmicas sociais da freguesia e, portanto, sem qualquer utilidade para a cidadania.
2. O BE apresentou um conjunto de compromissos na última campanha eleitoral autárquica, a que tem dado voz na Assembleia de Freguesia ao longo deste primeiro ano:
· Política social: Proposta de reforço das verbas do orçamento para a intervenção social;
· Saúde Pública: Proposta de constituição de uma Equipa de Rua dirigida aos consumidores de substâncias psicoactivas;
· Ordenamento do território: Proposta de transformação do edifício do antigo mercado de Fanares em Centro Social com várias vertentes; Proposta de acompanhamento e apoio às Associações de Proprietários na regulação dos bairros AUGI existentes na freguesia; Recenseamento dos prédios degradados para posterior intervenção do município;
· Participação democrática: Proposta de concretização do Orçamento Participativo, com a alocação de verbas para o efeito, de forma a que as populações se possam pronunciar sobre as prioridades da freguesia;
A todas estas questões colocadas publicamente, o BE não obteve respostas concretas, nem em bom rigor o executivo mostrou grande sensibilidade para as abordar, apesar da disponibilidade do contributo do BE.
3. Este executivo PS/CDU revela evidentes dificuldades de articulação política interna e o seu "estado de graça" consumou-se prematuramente.
4. Os problemas sociais que afectam a freguesia exigem uma política que inverta as prioridades da Junta, e o BE continuará a bater-se para que tal aconteça, enquanto força de oposição, com propostas e sugestões que visem contribuir para a melhoria da qualidade de vida, de todas e todos quantos aqui vivem, trabalham e estudam.
Valdemar Reis
Vogal do BE na Assembleia de Freguesia
Setembro 2014