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Reforço da Linha de Sintra não pode esperar por 2026

Reforço da Linha de Sintra não pode esperar por 2026
Reforço da Linha de Sintra não pode esperar por 2026

Foram recentemente anunciados passos para concretização de investimento na compra de material circulante e na melhoria da infraestrutura da linha de Sintra. Uma excelente notícia que é ensombrada com a perspetiva do reforço da oferta ficar condicionado pelo fim da quadruplicação do troço entre Roma/Areeiro e Braço de Prata, só se prevendo que venha a acontecer em 2026 .

A necessidade de reforçar a oferta da linha de Sintra é antiga e tem vindo a ser protelada, condenando os passageiros e passageiras às consequências de um serviço público que se degrada de dia para dia. Embora a pandemia tenha levado a uma redução da procura por habitantes e turistas, esta pressão ainda se sente e irá, seguramente, aumentar. O ajuste da oferta de comboios não pode, também por isto, esperar por 2026, tem de acontecer já e até seria possível se fossem tomadas algumas medidas simples:

Nas horas de ponta, além dos atrasos, há comboios sobrelotados, especialmente nas viagens entre Monte Abraão e Lisboa ou no sentido inverso. A criação de comboios com partida da estação de Monte Abraão e fim em Areeiro ou no velho terminal de Entrecampos Poente e a disponibilização de mais uma ligação por hora entre Sintra e o Rossio poderiam garantir mais conforto e reforçar a mobilidade de quem se desloca entre as estações intermédias ou usa a estação de Metro da Reboleira e os autocarros em Benfica e Campolide para se mover dentro de Lisboa.

Fora da hora de ponta e aos fins de semana os comboios também andam cheios, porque circulam em menor número. Em parte das estações que a linha serve (entre Sintra e Cacém e entre Benfica e Rossio), a espera chega a ser de meia hora, prejudicando os e as jovens que vão para escola, quem se desloca em lazer e as pessoas que pegam ao trabalho de madrugada ou a meio do dia e saem a meio da tarde ou pela noite dentro.

Por isto é tão necessário o aumento de oferta fora das horas de ponta, à noite e ao fim de semana e, acreditem, mais um comboio por hora entre Sintra e o Rossio e no sentido inverso fariam toda a diferença na vida de milhares de pessoas.

É certo que estas medidas exigem algum investimento, mas, sendo uma escolha ambientalmente responsável e que dá profundidade à política de mobilidade encetada em abril de 2019 com o novo passe social, é uma escolha que garantirá qualidade de vida e contribuirá para a economia da região. Cabe ao governo fazer essa escolha, cumprindo aos e às autarcas e às populações o dever de pressionar para que a mudança aconteça.