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BE Sintra debate imigração: “É preciso esperança e criar condições para que a gente se sinta bem onde vive

Timóteo Macedo, da Soidariendade Imigrante, intervindo no debate
Timóteo Macedo, da Soidariendade Imigrante, intervindo no debate

O Bloco de Esquerda de Sintra realizou este sábado mais uma sessão de debate no âmbito do processo de construção participativa do seu programa eleitoral para as próximas eleições autárquicas. Sob o lema “pensar o concelho de Sintra em comum”, este processo participativo continuará nas próximas semanas, estando em agenda um conjunto de debates temáticos e territoriais. (VER GALERIA DE IMAGENS)

A propósito do tema “a imigração e a cidade”, uma mesa redonda que juntou cerca de 2 dezenas de pessoas, entre membros de associações de imigrantes e anti-racistas, ativistas e cidadãs e cidadãos de várias nacionalidades. O diálogo permitiu aprofundar o diagnóstio da situação da imigração e das comunidades étnicas e culturais minoritárias, olhando-se para as dificuldades colocadas ao trabalho das associações e grupos informais existentes no sector e para as prioridades de acção, tendo surgido várias propostas.

Analisaram-se ainda questões tão variadas como os problemas com que se deparam os imigrantes nos processos de legalização, a discussão sobre a nova lei da nacionalidade proposta pelo BE, os entraves sentidos na relação com a administração pública e no acesso a direitos humanos como a saúde e a educação, as barreiras linguísticas e a ausência de espaços culturais mas também os encontros interculturais, o papel do activismo social e a necessidade de reforçar políticas de vizinhança.

Outra ideia explorada por vários/as intervenientes é a de que os muitos dos problemas com que as comunidades migrantes se deparam são sentidos por largas camadas da população do concelho: dificuldades de mobilidade e de acesso à habitação ou existência de mecanismos de participação que garantam um maior e mais efectivo envolvimento das pessoas directamente interessadas nas políticas.

No segundo concelho com mais imigrantes do país, a diversidade cultural foi encarada pelos presentes com uma fonte de riqueza. Linda F, cidadã imigrante a viver em Sintra desde 1976, interveio já no final da tarde, tendo sintetizado o debate e os desafios que temos pela frente de forma clara “é preciso esperança e criar condições para que a gente se sinta bem onde vive”.